Fim de tarde, hora de fechamento na redação. O cronista, enlouquecido sobre a máquina de escrever, luta pra terminar a coluna do dia seguinte. Aproxima-se uma senhora humilde, que ele nunca vira: “Moço, preciso de ajuda. Sou da campanha contra o câncer”. E ele, sem tirar os olhos do teclado: “Pois eu sou a favor”.
O redator em questão é Antônio Maria - cronista, jornalista, compositor, locutor esportivo e boêmio, que Joaquim Ferreira dos Santos biografa no livro “Um homem chamado Maria”. O “menino grande” saiu de Pernambucano aos 19 anos, em 1940, e adotou os bares e boates de Copacabana como lar. Até morrer na porta de um deles, aos 43, vítima de infarto fulminante.
Morte fulminante, vida intensa. Morou em república com Chacrinha e Dorival Caymmi, dividiu cabines do Maracanã com Ary Barroso, enxugou tonéis de uísque com Vinicius de Moraes, e deixou sambas-canções imortalizados no cancioneiro popular, como “Ninguém me ama” e “Manhã de Carnaval”. E apesar de gordo, grande e desajeitado, namorou algumas das mais belas musas da época, entre elas Danuza Leão, grande amor da sua vida.
Encontrei o livro numa promoção, e confesso que relutei a botá-lo no carrinho. Não me arrependi. Nas 179 páginas, histórias deliciosas e bem-escritas pela pena afiada de Joaquim, que em várias partes preferiu abrir aspas para a mente inquieta de Maria:
“Nenhuma emoção é mais forte que a de entrar no quarto da amante que dorme. Sentir-lhe o cheiro e o calor no ar do quarto. Deitar ao seu lado, se possível bêbado”;
“Gente boba e vazia. Vaidosos, frívolos, ricos. Gosto, porém, de conhecê-los para ver até onde chega sua organizadíssima miséria humana”;
“Não há sensação mais curiosa do que a de encontrar a ex-namorada pela primeira vez com o seu atual. Por mais que a gente lhe olhe o rosto, não lhe vê as feições”;
“Tenho a impressão que ser minha mulher acaba com qualquer pessoa”;
“Escrevi dez páginas de humorismo para o rádio. Com o desgosto de sempre. Não me acho engraçado”;
E uma última, profética:
“Devo morrer cedo, de repente, por causa desses meus exageros”.
O redator em questão é Antônio Maria - cronista, jornalista, compositor, locutor esportivo e boêmio, que Joaquim Ferreira dos Santos biografa no livro “Um homem chamado Maria”. O “menino grande” saiu de Pernambucano aos 19 anos, em 1940, e adotou os bares e boates de Copacabana como lar. Até morrer na porta de um deles, aos 43, vítima de infarto fulminante.
Morte fulminante, vida intensa. Morou em república com Chacrinha e Dorival Caymmi, dividiu cabines do Maracanã com Ary Barroso, enxugou tonéis de uísque com Vinicius de Moraes, e deixou sambas-canções imortalizados no cancioneiro popular, como “Ninguém me ama” e “Manhã de Carnaval”. E apesar de gordo, grande e desajeitado, namorou algumas das mais belas musas da época, entre elas Danuza Leão, grande amor da sua vida.
Encontrei o livro numa promoção, e confesso que relutei a botá-lo no carrinho. Não me arrependi. Nas 179 páginas, histórias deliciosas e bem-escritas pela pena afiada de Joaquim, que em várias partes preferiu abrir aspas para a mente inquieta de Maria:
“Nenhuma emoção é mais forte que a de entrar no quarto da amante que dorme. Sentir-lhe o cheiro e o calor no ar do quarto. Deitar ao seu lado, se possível bêbado”;
“Gente boba e vazia. Vaidosos, frívolos, ricos. Gosto, porém, de conhecê-los para ver até onde chega sua organizadíssima miséria humana”;
“Não há sensação mais curiosa do que a de encontrar a ex-namorada pela primeira vez com o seu atual. Por mais que a gente lhe olhe o rosto, não lhe vê as feições”;
“Tenho a impressão que ser minha mulher acaba com qualquer pessoa”;
“Escrevi dez páginas de humorismo para o rádio. Com o desgosto de sempre. Não me acho engraçado”;
E uma última, profética:
“Devo morrer cedo, de repente, por causa desses meus exageros”.
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