Foto: Mara Melo
Há quase 100 dias não chove em Brasília. Nenhuma gota de água. Nas últimas semanas o calor chegou a 34ºC; e a umidade do ar, a 10%. Clima de Saara na capital da República. Tá certo que a seca por aqui não é nenhuma novidade. Todo meio de ano é assim: dias quentes, noites frias e estiagem bruta. Mas que a coisa tem piorado de uns tempos pra cá, isso tem.
Em agosto, os focos de incêndio atendidos pelos bombeiros nos quatro cantos do DF chegaram a 250. A todo momento é um tal de caminhão vermelho tocando sirene pra lá e prá cá. Muita fumaça e muita poeira no ar. Os olhos ardem, o nariz sangra, a pele racha. E dá uma preguiça...vontade de ficar em casa, na sombra, sem fazer nada.
Pra quem está de passagem, fica difícil entender como é que conseguimos viver em condições assim. Mas, como tudo na vida, acabamos nos acostumando com esse ciclo. E, pensando bem, essa secura toda até faz parte da nossa memória afetiva.
É nessa época que o por-do-sol fica mais bonito - uma grande bola avermelhando o horizonte. As noites estreladas, um convite para estar ao ar livre. E tem os ipês: amarelos, roxos, cor-de-rosa, brancos. É no auge da seca que eles resolvem dar as caras, e florescem exuberantes sobre a grama cinza.
Início de setembro, em Brasília, começam as apostas sobre a chegada da chuva: “Próxima semana”, “Lá pra segunda quinzena”, "Só no fim do mês". E quando ela vem, aquele cheiro de terra molhada, o verde voltando, algazarra das cigarras. Uma sensação boa, de vitória. Como se tivéssemos sobrevivido a uma guerra. Que venham outras.
Em agosto, os focos de incêndio atendidos pelos bombeiros nos quatro cantos do DF chegaram a 250. A todo momento é um tal de caminhão vermelho tocando sirene pra lá e prá cá. Muita fumaça e muita poeira no ar. Os olhos ardem, o nariz sangra, a pele racha. E dá uma preguiça...vontade de ficar em casa, na sombra, sem fazer nada.
Pra quem está de passagem, fica difícil entender como é que conseguimos viver em condições assim. Mas, como tudo na vida, acabamos nos acostumando com esse ciclo. E, pensando bem, essa secura toda até faz parte da nossa memória afetiva.
É nessa época que o por-do-sol fica mais bonito - uma grande bola avermelhando o horizonte. As noites estreladas, um convite para estar ao ar livre. E tem os ipês: amarelos, roxos, cor-de-rosa, brancos. É no auge da seca que eles resolvem dar as caras, e florescem exuberantes sobre a grama cinza.
Início de setembro, em Brasília, começam as apostas sobre a chegada da chuva: “Próxima semana”, “Lá pra segunda quinzena”, "Só no fim do mês". E quando ela vem, aquele cheiro de terra molhada, o verde voltando, algazarra das cigarras. Uma sensação boa, de vitória. Como se tivéssemos sobrevivido a uma guerra. Que venham outras.
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