Vejo na TV a imagem de um casal sorridente, debruçado sobre a incubadora onde seus filhos gêmeos, cada um pesando 1,5 kg , aguardam a alta da maternidade. A mãe olha para o pai, e diz que o nascimento das crianças – um menino e uma menina – é a confirmação do amor que os une. Os bebês nasceram prematuros, após duas tentativas de inseminação artificial.
Uma cena comum, não fosse pela idade dos pais, mais precisamente a dele: 88 anos. Isso mesmo, oitenta e oito anos de idade (Ela, 52)! Tubo bem, ele está vivo e tem o direito de fazer o que quiser nos anos que lhe restam. Mas trazer à luz duas crianças não é brincadeira. Principalmente porque é só agora, após o nascimento, que começa a luta para educar e acompanhar os filhos até a vida adulta.
Porque criar filhos é ficar acordado à noite, é levá-los para a escola de manhã cedo e para as festinhas dos amigos nos sábados à tarde; é brincar de carrinho, de casinha e jogar bola quando o corpo preferia uns minutos de descanso no sofá. Esforço físico e dedicação psicológica integral. E por mais saúde que o papai da TV tenha, certamente não terá pique nem anos úteis para tanto. Não se trata de ser cruel; é a lei da natureza.
Falando sério, acho que aos 88 já passou da hora de desacelerar, relaxar e tentar curtir calmamente as últimas primaveras da vida. Uma fase, digamos, mais contemplativa. Desfrutar o mundo que se construiu, conversar com netos e bisnetos, rever os amigos e parentes que ainda estão por aqui.
Pode ser que eu esteja errado e que, aos 88 (se lá chegar!), sinta uma baita vontade de ter mais filhos. Por enquanto, duvido que aconteça.
Concordo, dei uma busca nesse assunto pra saber o que andam achando pois escrevi também sobre isso em meu blog.
ResponderExcluirJá pensou quem são as "crianças da família" que serão contemporâneas deles? Os bisnetos do pai deles. Louco isso