“É pau, é pedra, é o fim do caminho”. Em Águas de Março, de 1972, Tom Jobim parece profetizar o que iria acontecer em seu sítio Poço Fundo quase quatro décadas depois. Sim, a casa de campo do maestro foi uma das destruídas pela enxurrada que varreu a região serrana do Rio de Janeiro neste início de ano, causando mais de 700 mortes até agora confirmadas.
Tom era amante da natureza e dos animais, e na época em que fez a música devia vibrar ao ver a chuva tornando ainda mais verde sua propriedade. Se ainda vivo, talvez fizesse algo lamentando os deslizamentos que a cada verão vitimam tantos brasileiros. Sem que as autoridades tomem nenhuma medida efetiva para superar essa situação.
Geólogos, urbanistas, climatologistas, ambientalistas e outros "istas" são unânimes em afirmar que sairia muitíssimo mais barato para o poder público prevenir do que remediar essas tragédias. E quantas vidas seriam salvas...
Em 2010 assistimos às mesmas cenas em Angra dos Reis, Niterói e outras cidades. Os governantes de então prometeram providências para evitar que novos casos acontecessem: retirada de casas situadas em áreas de risco, reflorestamento de terrenos degradados, canalização de cursos d'água, etcetcetc. Mas aí os corpos foram enterrados, veio a estiagem, a mídia saiu de cena e tudo foi se ajeitando. Mais ainda: começou o período eleitoral e os políticos trataram de se ocupar das respectivas campanhas, cada um querendo garantir o seu.
Entramos em 2011 e chegaram as águas de verão. Soterramentos, mortes e destruição. As autoridades? Os mesmos discursos e promessas. Infelizmente essa rotina macabra deverá continuar e ser um dos hits do verão de 2012. O velho Tom deve estar chorando baixinho lá de cima: "Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro..."
Geólogos, urbanistas, climatologistas, ambientalistas e outros "istas" são unânimes em afirmar que sairia muitíssimo mais barato para o poder público prevenir do que remediar essas tragédias. E quantas vidas seriam salvas...
Em 2010 assistimos às mesmas cenas em Angra dos Reis, Niterói e outras cidades. Os governantes de então prometeram providências para evitar que novos casos acontecessem: retirada de casas situadas em áreas de risco, reflorestamento de terrenos degradados, canalização de cursos d'água, etcetcetc. Mas aí os corpos foram enterrados, veio a estiagem, a mídia saiu de cena e tudo foi se ajeitando. Mais ainda: começou o período eleitoral e os políticos trataram de se ocupar das respectivas campanhas, cada um querendo garantir o seu.
Entramos em 2011 e chegaram as águas de verão. Soterramentos, mortes e destruição. As autoridades? Os mesmos discursos e promessas. Infelizmente essa rotina macabra deverá continuar e ser um dos hits do verão de 2012. O velho Tom deve estar chorando baixinho lá de cima: "Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro..."
Pois é, todo ano a mesma merda. Tragédias anunciadas. E quando o assunto sai da mídia, nada mais se faz.
ResponderExcluirDaí vem o governador dizer que não é hora de buscar culpados e sim de reconstruir, como se quem acusasse a omissão e o descaso do poder público estivesse jogando contra.
Enquanto isso, os ex-governadores continuam com suas pensões integrais e vitalícias.