“Cadê meu passaporte?” Estava de saída para o aeroporto e havia esquecido desse documento básico para viajar pro exterior. Exterior mais ou menos; na verdade iria até a fronteira do Brasil com a Bolívia fazer uma matéria sobre os bolivianos que vêm a São Paulo trabalhar em condições escravas. Achei a cadernetinha verde no fundo de uma gaveta e parti pra Corumbá.
Do alto, o Pantanal impressiona. No balcão da locadora, a moça avisou que o seguro só valia dentro do Brasil, por isso o carro não poderia cruzar a divisa. Combinei que o motorista me esperaria do lado de cá, e eu iria de táxi para Puerto Quirrajo e Puerto Suarez, cidades de onde partem os vizinhos em busca do “sonho” brasileiro.
Ramon me pegou no hotel depois do almoço. Expliquei o itinerário e contei o que havia combinado com sua empresa. Ele sorriu: “Que nada, Brasil e Bolívia, aqui, é tudo uma coisa só”. Depois de cinco minutos chegamos a uma guarita onde tremulavam as bandeiras dos dois países. Dentro dela, três ou quatro guardas sonolentos acenaram para meu novo amigo e nos deixaram passar sem perguntar pra onde nem por quê.
Do lado de lá a mesma coisa. Muita poeira, um comércio intenso de todo tipo de produtos, velhas índias vendendo folhas de coca e uma zona franca repleta de muambeiros. Parei num bar pra tomar um refri, e o dono me ofereceu um Vectra por R$ 5 mil. Vans e microônibus saíam entupidos de futuros escravizados. Para lá e para cá, tráfego constante. Veículos e pedestres passam de um país ao outro sem ser incomodados. Ramon sorriu novamente: “Não falei?”.
Também achei graça por ter, ainda em casa, me preocupado com o passaporte. Agora, nesses tempos de guerra ao tráfico ao vivo pela TV, vejo especialistas dizendo que 60% da cocaína apreendida no Brasil vem da Bolívia. O governo, por sua vez, acena com um “megaprojeto” de reforço das fronteiras. Precisava ter esperado tanto?
Do alto, o Pantanal impressiona. No balcão da locadora, a moça avisou que o seguro só valia dentro do Brasil, por isso o carro não poderia cruzar a divisa. Combinei que o motorista me esperaria do lado de cá, e eu iria de táxi para Puerto Quirrajo e Puerto Suarez, cidades de onde partem os vizinhos em busca do “sonho” brasileiro.
Ramon me pegou no hotel depois do almoço. Expliquei o itinerário e contei o que havia combinado com sua empresa. Ele sorriu: “Que nada, Brasil e Bolívia, aqui, é tudo uma coisa só”. Depois de cinco minutos chegamos a uma guarita onde tremulavam as bandeiras dos dois países. Dentro dela, três ou quatro guardas sonolentos acenaram para meu novo amigo e nos deixaram passar sem perguntar pra onde nem por quê.
Do lado de lá a mesma coisa. Muita poeira, um comércio intenso de todo tipo de produtos, velhas índias vendendo folhas de coca e uma zona franca repleta de muambeiros. Parei num bar pra tomar um refri, e o dono me ofereceu um Vectra por R$ 5 mil. Vans e microônibus saíam entupidos de futuros escravizados. Para lá e para cá, tráfego constante. Veículos e pedestres passam de um país ao outro sem ser incomodados. Ramon sorriu novamente: “Não falei?”.
Também achei graça por ter, ainda em casa, me preocupado com o passaporte. Agora, nesses tempos de guerra ao tráfico ao vivo pela TV, vejo especialistas dizendo que 60% da cocaína apreendida no Brasil vem da Bolívia. O governo, por sua vez, acena com um “megaprojeto” de reforço das fronteiras. Precisava ter esperado tanto?
É Celso, a fronteira entre o bem e o mal é MUITO TÊNUE! Gostei do blog. Obrigada pela indicação. Abs
ResponderExcluirEi, obrigada pela visita .
ResponderExcluirSeu blog é bem bacana, vou dar uma olhada nos posts antigo assim que tiver um tempinho!
Abraços
Oiiii Celso Obrigada por visitar meu blog! Gostei bastante do seu blog e estarei passando por aki.
ResponderExcluirtb vou seguir seu blog. Se vc quiser me seguir fike a vontade! abss