“Pilar, encontramo-nos em outro sítio”. Olhar fixo na câmera, um esboço de sorriso, José dá alguns passos, estica o braço direito e desliga o aparelho. É assim, com jeito de despedida, que começa “José e Pilar”, belo documentário de Miguel Gonçalves Mendes sobre a relação entre José Saramago e sua esposa, a jornalista espanhola Pilar Del Rio.
Um parêntese: adoro cinema, mas prefiro na forma de DVD’s em casa. E raramente escolho filmes românticos. Já minha mulher é fã da telona e de histórias de amor. E foi numa dessas concessões imprescindíveis a qualquer casal que me vi sentado no Cine Belas Artes, numa chuvosa noite paulistana.
Único escritor de língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel, Saramago é autor de diversos clássicos da literatura mundial. Mas não é sua produção literária, em si, a protagonista da película. O que se destaca mesmo é o amor entre aquele senhor octogenário e sua mulher, 28 anos mais nova. Pilar era uma jovem repórter quando pediu uma entrevista ao consagrado autor. No primeiro encontro, paixão instantânea. A entrevista nunca aconteceu.
De sua casa em Lanzarote, Canárias, Pilar é a ponte entre Saramago e o mundo real. É ela quem organiza a agenda do marido, um sem-fim de viagens, noites de autógrafos, congressos, entrevistas, cartas e convites a responder. Em alguns momentos o velho escritor se queixa da rotina estafante. “Não sei que diabo de interesse possam ter em declarações tantas vezes repetidas”.
Porém logo reconhece na mulher a faísca de sua chama vital: “Se eu tivesse morrido antes de conhecê-la, aos 63 anos, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora”. Nos momentos de intimidade, o casal vê televisão, discute política, caminha pela ilha, filosofa. “Eu tenho ideias para romances; Pilar tem ideias para a vida”, define José.
O filme tem muitas passagens marcantes. O casamento em 2009, na cidade natal de Pilar, é uma delas. Outra é quando Saramago vai às lágrimas ao assistir à adaptação para o cinema de seu Ensaio sobre a Cegueira. Ou ainda quando ele se recupera de uma grave doença, conclui A Viagem do Elefante, e agradece à mulher por não tê-lo deixado morrer.
Ao final, olhar fixo na câmera, um esboço de sorriso, “Pilar, encontramo-nos em outro sítio”, José dá alguns passos, estica o braço direito e desliga o aparelho.
Eu e minha mulher – e quase todos na plateia - ficamos ainda uns instantes sentados, vendo subirem os créditos, sob o impacto daquela história real de amor. Um clima romântico e comovido no ar. Saímos abraçados do cinema, pegamos um táxi e fomos jantar.
Um parêntese: adoro cinema, mas prefiro na forma de DVD’s em casa. E raramente escolho filmes românticos. Já minha mulher é fã da telona e de histórias de amor. E foi numa dessas concessões imprescindíveis a qualquer casal que me vi sentado no Cine Belas Artes, numa chuvosa noite paulistana.
Único escritor de língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel, Saramago é autor de diversos clássicos da literatura mundial. Mas não é sua produção literária, em si, a protagonista da película. O que se destaca mesmo é o amor entre aquele senhor octogenário e sua mulher, 28 anos mais nova. Pilar era uma jovem repórter quando pediu uma entrevista ao consagrado autor. No primeiro encontro, paixão instantânea. A entrevista nunca aconteceu.
De sua casa em Lanzarote, Canárias, Pilar é a ponte entre Saramago e o mundo real. É ela quem organiza a agenda do marido, um sem-fim de viagens, noites de autógrafos, congressos, entrevistas, cartas e convites a responder. Em alguns momentos o velho escritor se queixa da rotina estafante. “Não sei que diabo de interesse possam ter em declarações tantas vezes repetidas”.
Porém logo reconhece na mulher a faísca de sua chama vital: “Se eu tivesse morrido antes de conhecê-la, aos 63 anos, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora”. Nos momentos de intimidade, o casal vê televisão, discute política, caminha pela ilha, filosofa. “Eu tenho ideias para romances; Pilar tem ideias para a vida”, define José.
O filme tem muitas passagens marcantes. O casamento em 2009, na cidade natal de Pilar, é uma delas. Outra é quando Saramago vai às lágrimas ao assistir à adaptação para o cinema de seu Ensaio sobre a Cegueira. Ou ainda quando ele se recupera de uma grave doença, conclui A Viagem do Elefante, e agradece à mulher por não tê-lo deixado morrer.
Ao final, olhar fixo na câmera, um esboço de sorriso, “Pilar, encontramo-nos em outro sítio”, José dá alguns passos, estica o braço direito e desliga o aparelho.
Eu e minha mulher – e quase todos na plateia - ficamos ainda uns instantes sentados, vendo subirem os créditos, sob o impacto daquela história real de amor. Um clima romântico e comovido no ar. Saímos abraçados do cinema, pegamos um táxi e fomos jantar.
Estou muito a fim de assistir ao filme.
ResponderExcluirLeia:
http://mardecoisa.blogspot.com/search?q=saramago
Abraço!