sábado, 23 de julho de 2011

Amy, 27

A primeira vez que ouvi Amy Winehouse foi na casa de um amigo, acho que há uns três ou quatro anos. Entre um copo e outro de vinho ele pôs na TV o DVD Back to Black. O impacto foi imediato. Aquele soul meio jazzístico, com pegada roqueira, voz de diva numa figura miúda, maquiagem pesada, cabelos longos displicentemente amarrados, vestido curto...“adolescente dos anos 60”, como ela própria descrevia seu estilo. “Quem é essa aí, cara?”.

Cheguei em casa e corri para a internet pra baixar suas músicas. Que logo viraram hits no meu carro e no i-pod. Parênteses: de vez em quando ouço algumas críticas por, em geral, preferir sons mais antigos aos atuais. De fato, minhas bandas prediletas são as dos 60, 70 e 80. Mas não significa que estou fechado a novidades. Amy é prova disso.

Em janeiro deste ano, estava de férias em Pernambuco quando ela tocou por lá. Não fui. Preferi ficar quieto na praia a pegar 60 km de estrada, batalhar ingressos com cambistas, voltar de madrugada e, sei lá se ia ter show mesmo. Porque Amy tinha dessas coisas. Mas o show aconteceu. Ela saiu do Rio de Janeiro de jatinho, foi direto do aeroporto pro centro de convenções de Olinda, permaneceu – relativamente sóbria - 45 minutos no palco e voou para seu refúgio carioca.

Hoje eu voltava pra casa após o almoço quando ouvi a notícia de sua morte. Encontrada no chão de um flat em Londres. Tinha 27 anos, como Janis, Morrison, Hendrix, Cobain etc. (No mardecoisa.blogspot.com Leando Wirz fala a respeito).

Tá certo, não foi exatamente uma surpresa; esse desfecho já era esperado. Mas que é uma pena é. A música perde uma de suas maiores estrelas neste século. E eu, agora, terei de me esforçar pra convencer os amigos de que não curto só sons do passado.

Neste vídeo, Amy, em plena forma, canta You Know I’m no Good.


Um comentário: