sexta-feira, 6 de maio de 2011

No fundo do mar





Nos últimos dias o fundo do mar foi notícia recorrente na mídia. Não por suas belezas, tesouros ou exuberância. Mas o mar como sepultura.

Ao comemorar em rede mundial a morte de Bin Laden, a Casa Branca disse que o terrorista foi executado e lançado às águas por fuzileiros yankees. Na versão oficial dos EUA isso foi feito para evitar que um eventual túmulo do guerrilheiro se tornasse ponto de veneração para os radicais.

Em outro caso, o governo francês, antes de anunciar a localização das caixas-pretas do Air France 447 no meio do Atlântico, disse que o robô-mergulhador encarregado das buscas encontrara destroços do avião contendo corpos de passageiros.

Muitos familiares de vítimas celebraram. Finalmente poderiam enterrar seus irmãos, pais, maridos, esposas, amigos. Outros, porém, disseram-se contrários ao içamento. Para eles, seus entes já repousam em jazigo nobre. A viúva do maestro Sílvio Barbato afirmou, em entrevista, que o marido sempre desejou, “ao invés de morrer, simplesmente sumir”. De certa forma, ele conseguiu.

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