Leio no jornal que a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a mudança de denominação do viaduto General Milton Tavares de Souza, na Marginal Tietê. Mais uma medida para riscar do mapa placas e homenagens a expoentes da ditadura brasileira. Torturador contumaz, Tavares de Souza era chefe do Centro de Informações do Exército, e segundo o jornalista Élio Gaspari, foi o idealizador da política de “eliminação física dos oponentes armados do regime”.
Sábia decisão. Com esse currículo o general certamente não merece sombrear os milhares de veículos que transitam diariamente por uma das principais vias da terra da garoa. Aliás, batizar bens públicos com nomes de generais linhas duras foi, durante anos, hábito corriqueiro de líderes e crias da ditadura.
Aqui em Brasília o estádio de futebol construído nos anos 70 recebeu a alcunha de Presidente Médici; uma ponte sobre o Lago Paranoá foi nomeada Costa e Silva; e até o maior parque da capital nasceu como Rogério Pithon Farias, filho do então governador biônico Elmo Serejo Farias, morto num acidente automobilístico. Felizmente, hoje o estádio se chama Mané Garrincha; a ponte virou Ponte das Garças; e o parque é carinhosamente chamado de Parque da Cidade (apesar de oficialmente ser agora Sarah Kubitschek).
Claro que essas auto-homenagens militares não foram exclusividade brasiliense ou paulista. Nomes de generais sempre batizaram pontes, viadutos, avenidas, estradas e estádios país afora. E também no exterior. Na República Dominicana, por exemplo, os cidadãos tiveram de esperar a morte do ditador para trazer de volta à sua capital (a primeira do Novo Mundo) o nome de Santo Domingo, enterrando de vez o horroroso Ciudad Trujillo.
Em tempo: voz dissonante na Câmara paulista, o dublê de vereador Agnaldo Timóteo se rebelou contra a retirada da placa no viaduto da Tietê. “É uma tremenda frescura, uma falta de respeito ao general e ao regime militar”, bradou ao microfone o cantor de “Mamãe, mamãe, mamãe...”.
Sábia decisão. Com esse currículo o general certamente não merece sombrear os milhares de veículos que transitam diariamente por uma das principais vias da terra da garoa. Aliás, batizar bens públicos com nomes de generais linhas duras foi, durante anos, hábito corriqueiro de líderes e crias da ditadura.
Aqui em Brasília o estádio de futebol construído nos anos 70 recebeu a alcunha de Presidente Médici; uma ponte sobre o Lago Paranoá foi nomeada Costa e Silva; e até o maior parque da capital nasceu como Rogério Pithon Farias, filho do então governador biônico Elmo Serejo Farias, morto num acidente automobilístico. Felizmente, hoje o estádio se chama Mané Garrincha; a ponte virou Ponte das Garças; e o parque é carinhosamente chamado de Parque da Cidade (apesar de oficialmente ser agora Sarah Kubitschek).
Claro que essas auto-homenagens militares não foram exclusividade brasiliense ou paulista. Nomes de generais sempre batizaram pontes, viadutos, avenidas, estradas e estádios país afora. E também no exterior. Na República Dominicana, por exemplo, os cidadãos tiveram de esperar a morte do ditador para trazer de volta à sua capital (a primeira do Novo Mundo) o nome de Santo Domingo, enterrando de vez o horroroso Ciudad Trujillo.
Em tempo: voz dissonante na Câmara paulista, o dublê de vereador Agnaldo Timóteo se rebelou contra a retirada da placa no viaduto da Tietê. “É uma tremenda frescura, uma falta de respeito ao general e ao regime militar”, bradou ao microfone o cantor de “Mamãe, mamãe, mamãe...”.
E esse cara ainda consegue votos para se eleger...
ResponderExcluirUm passado tão próximo e doloroso para muitos. Ainda tem gente que não reconhece as violações cometidas contra os direitos humanos no período do regime militar. Viva a transparência e a abertura dos arquivos da época.
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